Pois aconteceu que morreu o dono do bar. Morreu e foi direto pro céu. Passou uns dias lá e não agüentava mais: Tudo muito parado, aquela pasmaceira. Então um dia criou coragem e foi falar com deus:
— Ja-Javé?
— Ai, caralho, outro gago???
— Hum… Não sou gago não. É que eu tô meio nervoso.
— Não fique nervoso não, rapaz. Pode dizer, o que você quer.
— Sabe o que é? Lá na terra eu fui dono de bar a vida inteira. Não sei fazer outra coisa. Aí chego aqui e… Veja bem, não estou reclamando! Isto aqui é um paraíso!
— Isto aqui é O paraíso.
— Ah, é. Mas então. É tudo muito bom aqui. Mas sinto falta, sabe? Queria tanto poder fazer alguma coisa, me sentir útil.
— Você quer abrir um bar aqui. É isso?
— Se não for incômodo…
— Hum… Bah, tudo bem. Pode abrir seu bar.
— Puxa, deus! Cê é foda! Cê é o melhor! Hosana pra você, viu? Hosana!
— Pára de me puxar o saco. Hosana é o caralho. Trinta por cento.
— Er… Tá bom.
E lá foi o sujeito abrir seu bar. Vendeu dez caixas de cerveja logo na inauguração. No segundo dia, doze caixas. No terceiro, oito caixas. E assim todo dia. Sucesso absoluto. O cara se sentia no céu. O que não era para menos.
Mas, ah, a ambição humana! Dois meses depois, o cara já estava matutando: “Se aqui no céu eu vendo isso tudo, que dirá no inferno? Putz, vou lotar o rabo de dinheiro”.
Foi alimentando essa idéia na cachola, e a idéia crescendo. Um dia decidiu e lá foi falar com deus de novo.
— Diz aê, Jeová.
— E aí, cara? As vendas continuam boas?
— Uma beleza, uma maravilha! Aliás, já depositei os vinte por cento na sua conta.
— TRINTA!
— É, é. Trinta. Então. Mas eu tava pensando: Se abrir um bar aqui dá tanto dinheiro assim, no inferno então deve ser uma beleza, não?
— Sei não. Meu negócio é aqui, de lá eu não sei nada.
— Hum… Ô, Javé, quebra essa! Me arruma uma transferência pro inferno. Tô querendo ampliar meus horizontes, me aventurar pelo desconhecido, ser um empreendedor de verdade.
— Tem certeza? Olha que é sem volta…
— Certeza!
— Então tá.
Deus assinou os formulários necessários e despachou o cara pro quinto dos infernos. E ele não perdeu tempo: Foi logo pegando alvará com o diabo para abrir seu bar. Logo chegou o dia da inauguração. Ele não cabia em si de tanta expectativa.
Vendeu duas cervejas.
No segundo dia, uma cerveja.
No terceiro, outras duas.
Foi falar com o diabo:
— Porra, Satanás! Eu saí lá do céu, onde vendia uma média de dez caixas por dia, pra vir pra cá prestigiar seu território. Aí chego, abro meu estabelecimento, e vendo uma, duas cervejas, sempre pra você e pro porteiro. Que que tá pegando?
— Rapaz, rapaz! Cê precisa entender que crente não bebe!
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
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6 comentários:
Nossa... tanta história pra uma coisa sem graça dessas...
E olha que nem sou evangélico.
que piada imbecil!
Sem graça, mta coisa pra no fim só fazer uma crítica sobre evangélicos...
bastava: "O inferno tá cheio de crente"
Nossa... tanta história pra uma coisa sem graça dessas...
E olha que nem sou evangélico.[2]
Achei legal, não é das melhores mas é legal.
Vão criticar o Capeta.
Achei legal, não é das melhores mas é legal.[2]
Critiquem Deus, ora. Tudo que é ruim é culpa do demo? Se não for de Deus, é do Lula.
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