Bem, aí vai ela. Se gostarem, comentem. Se não, podem vaiar.
Na primeira vez que um casal faz amor, a expectativa por parte dos dois é muito grande. Existe todo um ritual de descobrimentos, de sintonia mútua, de sincronismo de ritmos. A paixão e o desejo são vorazes, avassaladores. Entretanto, a reciprocidade do prazer talvez não seja a mesma para ambos. Com o passar do tempo e a relação sendo estável, o ato do amor passa a ser muito mais prazeiroso para ambas as partes. Cada um sabe exatamente aquilo que o outro gosta e a simultaneidade do prazer é mais fácil de ser atingida.
Com um conjunto de Jazz acontece algo semelhante. Por mais que sejam feitos ensaios, a primeira apresentação ao vivo, é tensa, nervosa. Existe uma preocupação de tempos e ritmos, de empatia com o público. Todos conhecem a música, o arranjo foi bem ensaiado, o tempo do improviso que cada um vai fazer é para ser como foi combinado, mas é estréia. E aí, tudo muda.
Eu tenho o prazer de escutar o Jazz 6 desde sua nervosa estréia numa longínqua terça-feira no Café Concerto Majestic. Ouvi-os tocar várias vezes, desde então. E ao longo deste tempo, sua relação com a música está se constituindo em um grande ato de amor. Existe uma entrega mútua, sorrisos cúmplices, uma enorme e notória satisfação de estarem juntos. A formação continua a mesma, o que é muito bom: Adão Pinheiro no piano, Lima na bateria, Jorge Gerhardt no baixo, Luís Fernando Veríssimo no sax-alto, Geraldo Schuller no sax-tenor e flauta e Luiz Fernando Rocha, Mr. Cool Man, no trumpete. No repertório, clássicos do Jazz e da Bossa Nova, tocados com suavidade e competência.
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